segunda-feira, 5 de maio de 2008

Rituais e o tempo.

E mais uma vez me pego nas linhas tênues dos jogos de adultos, dos rituais de adultos, como me explicou um dia Lewis. Nada é para sempre e não podemos fazer o outro prometer e garantir isso. Nem eu mesma posso dizer que continuarei te amando da mesma forma daqui a alguns meses, isso é irracional. O medo de um futuro que não podemos controlar, a segurança que a rotina nos dá, muitas vezes nos seduz de tal forma, que começamos a achar que é mesmo assim que deve ser, mas não é. Ela, a tal segurança falsa da rotina, nos imobiliza para tentar o novo, ir além, fazer mais do que nos acomodar. E falo com relação a tudo, amor, carreira, sonho...
Ontem meu papai fez cinqüenta aninhos de vida. Metade deles casado com mamãe. Mas ele não sabia que seria assim. Dois filhos, uma carreira legal, com a posição que queria dentro do lugar em que trabalha no mesmo tempo em que está casado. Puxa...já fez muito mais do que já havia pensado e ainda tem tempo para fazer outras coisas mais. Mas ele realmente não sabia que seria assim.
Mas de volta ao ritual, estive pensando nisso enquanto participava da festinha de papai. Vinte e cinco anos, faz tempo e eles estão lá, firmes e fortes. Será que seremos assim, eu e você?
Suas promessas me soam falsas, mesmo olhando no fundo do teu olho e vendo eles brilharem de forma tão convincente. Não é sua culpa, é o meu ceticismo, minha necessidade de provas. Minha persistente falta de romantismo, daquele tipo sonhador, do tipo amor de cinema. Nunca gostei muito dos romances de final feliz. Prefiro o final plausível. A realidade é dura, mas prefiro mesmo ela.
Talvez seja eu dura, minha redoma se refez e mais forte que nunca. E não era nada disso que eu queria escrever, mas saiu e para que serve essa pequena página, senão para isso? Deixar sair...

Miss Joe estava ouvindo - That old devil called love *Chet Baker.*

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